História

Placa da futura sede da Seman
Placa da futura sede da Seman

“Na essência, cada homem é servidor pelo trabalho que realiza na obra do Supremo Pai, e, simultaneamente, é administrador, porquanto cada criatura humana detém possibilidades enormes no plano em que moureja”. (Fonte Viva – Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

Maria Nunes, mãe de João Nunes Maia, já havia desencarnado quando transmitiu uma mensagem ao médium Chico Xavier: seu filho tinha uma grande obra a realizar. Assim nasceu a Sociedade Espírita Maria Nunes – SEMAN, em 12 de abril de 1955, sob o lema “O Pão e O Livro”, que alimentaria o corpo e o espírito dos necessitados. Graças à mensagem, os jovens resolveram homenagear o Espírito Maria Nunes, dando à instituição nascente o seu nome.

A mensagem dizia o seguinte:

“Nunes, meu filho, Jesus nos abençoe. Sua mãezinha tem sido nos últimos tempos sua força espiritual no campo da fé. Com seu coração afetuoso, tanto quanto com a nossa estimada Irene (esposa de João Nunes), é a estrela oculta de seu lar e de seu caminho, estimando-lhe a esperança e o trabalho, na direção do Mestre Superior. Essa flama interior que lhe nutre o sentimento, na obra evangélica, e sustentada por ela, e a seu turno, recebe de vários Benfeitores da Espiritualidade a energia para lenir-lhe os ideais. Ore, meu filho, procurando-lhe o caminho e a inspiração. E senti-la-á, junto de seus pensamentos, acalentando-lhe os projetos de serviço sempre maior com o nosso Divino Mestre.”

A sugestão de Maria Nunes foi recebida com alegria por João Nunes Maia e seus companheiros. O jovem João Dias, juntamente com o irmão Osmundo Dias e os amigos Ismael Ramos das Neves e João Nunes Maia fizeram uma campanha para arrecadar o dinheiro para a compra do lote, onde seria construída a sede da Sociedade Espírita Maria Nunes. O outro terreno da Instituição, ligado ao primeiro, seria comprado com a boa soma doada por Lázaro Araújo, artista de teatro e televisão.

No início, a SEMAN funcionava em uma velha casa, numa rua sem calçamento, no bairro Providência. Era preciso começar alimentando o corpo dos necessitados. E num fogão à lenha de uma cozinha improvisada, faziam a sopa que era distribuída em vários pontos de Belo Horizonte.

Distribuição de Sopa (João Nunes à Direita)
Distribuição de Sopa (João Nunes à Direita)

As atividades aumentavam e surge a Campanha do Quilo que exigiu força e coragem dos trabalhadores da Casa. Eles saíam pelas ruas de Belo Horizonte e pediam alimentos não perecíveis, de porta em porta. Muitas vezes, ao invés de agradecimentos, os tarefeiros recebiam reclamações. João Nunes os acalmava; era o momento para exercitarem a humildade, a perseverança, a indulgência, dizia o médium. Mais tarde, começaram a visitar os enfermos. As reuniões de estudos aconteciam na União Espírita Mineira e, a partir de 1969, depois de construído um salão em cima da velha casa, foram transferidas para a própria sede. Assim, os cômodos foram surgindo aos poucos, com a ajuda de muitos. Em 1980, o trabalho de novos integrantes, ajudados pela Central Geral do Dízimo, de São Paulo, permitiu uma maior e melhor estruturação física da Casa.

Fundador – João Nunes Maia

João Nunes Maia nasceu em 10 de novembro de 1923 na cidade de Glaucilândia no norte de Minas Gerais. Cursou apenas a escola primária rural e ainda jovem começou a sentir as manifestações da mediunidade, encontrando respostas para suas dúvidas e desajustes psíquicos no modesto Centro Espírita Antônio de Pádua, na cidade natal.

Ao longo de sua vida, João Nunes Maia muito realizou em favor da Doutrina Espírita e da seara do Cristo deixando uma grande obra iniciada através na Sociedade Espírita Maria Nunes, que fundou em Belo Horizonte.

O médium, recém-desperto, sentia imensa necessidade de escrever e até em suas viagens a cavalo ele o fazia.

João Nunes veio para a capital mineira em 1950, onde logo se integrou aos trabalhos assistenciais, dirigidos por outros companheiros espíritas. Na capital se aprofundou no estudo da Doutrina dos Espíritos.

Conheceu Francisco Cândido Xavier, de quem se tornou amigo e discípulo. E encaminhado pelo amigo Chico começou a desenvolver sua mediunidade psicofônica. Junto com Chico Xavier, João Nunes recebeu as primeiras mensagens mediúnicas, dentre elas a de Miramez, que se identificou como sendo seu orientador e mentor espiritual.

O Espírito então informou ao médium João Nunes os seus compromissos assumidos na espiritualidade. Compromissos que se identificavam com os anseios e tendências que já lhe cobravam atitudes.

João Nunes dedicou-se às tarefas que foram surgindo sempre ajudado pelos amigos espirituais, inclusive pelo Espírito Maria Nunes, que havia desempenhado o papel de sua mãe naquela encarnação, e com quem tem profundas ligações em encarnações passadas. Também contou com a ajuda de Dr. Bezerra de Menezes para formar vários grupos de trabalhadores espíritas no campo da assistência fraterna aos necessitados e na divulgação do Evangelho e da Doutrina dos Espíritos.

O interesse por ajudar culminou com a fundação da Sociedade Espírita Maria Nunes, e depois foi ampliado com a criação da Editora Espírita Fonte Viva.

No campo da psicografia os livros foram sendo ditados através do espírito Miramez, enfocando sempre o Evangelho de Jesus e buscando nos preceitos de Allan Kardec e no tríplice aspecto da Doutrina oferecer condições de entendimento que favorecessem a libertação da humanidade e seu progresso moral. Foram escritos mais de oitenta livros, com direitos autorais doados à Editora Espírita Fonte Viva, também fundada por ele.

João Nunes Maia desencarnou em 04 de setembro de 1991 deixando uma obra sólida nas mãos de equipe preparada por ele mesmo sob a supervisão da Espiritualidade Maior, para que o trabalho de caridade realizado pela Sociedade Espírita Maria Nunes não tivesse fim.

Campanha do Livro Espírita

Em 1956 foi lançada a Campanha Nacional do Livro Espírita Gratuito, levando a Doutrina por todo o Brasil. A 5 ª Campanha Nacional do Livro Gratuito, em 1996, chegou a distribuir 55.000 exemplares nos estados de Brasília, Bahia, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e nordeste de Minas.

Em 1972, a SEMAN recebe, através da psicografia do médium João Nunes Maia, a fórmula da Pomada Vovô Pedro, que cura diversos males da pele. Hoje, é produzida em 20 casas espíritas, localizadas em diversas regiões do Brasil e distribuída gratuitamente. A Instituição possuía uma pequena editora, O Consolador, através da qual publicou algumas obras do médium fundador da Casa. Fechada a Editora O Consolador, surge em 1983 a Editora Espírita Fonte Viva, parceira da SEMAN na divulgação da Doutrina Espírita.